A Índia deu um passo importante rumo à operacionalização de seu mercado de carbono, com o Ministério do Meio Ambiente (MoEF&CC) estabelecendo as primeiras metas obrigatórias de intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no âmbito do Esquema de Comercialização de Créditos de Carbono (CCTS).

Índia estabelece as primeiras metas de intensidade de emissões de GEE no âmbito do CCTS

A nova regulamentação abrange 282 instalações em quatro setores industriais — cimento, alumínio, cloro-álcali e celulose e papel — para os anos de 2025-26 e 2026-27, com metas baseadas na intensidade de carbono de 2023-24.

O sistema adota um modelo de “linha de base e crédito”, em que as entidades que superarem suas metas de redução recebem créditos de carbono, enquanto aquelas que não as cumprirem devem comprar créditos ou pagar compensações.

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O grau de ambição varia entre os setores. O setor de cimento, por exemplo, recebeu metas mais conservadoras, com média de 3,4% em dois anos, enquanto os setores de cloro-álcali e celulose e papel enfrentam cortes de 7% ou mais, superando as metas estabelecidas anteriormente no programa PAT

. O objetivo é equilibrar os custos de adaptação com a necessidade de estimular investimentos em eficiência energética e tecnologias de baixo carbono.

O lançamento dessas metas representa um marco para a criação de um mercado nacional robusto de carbono. No entanto, desafios permanecem, como a definição de preços mínimos, o equilíbrio entre oferta e demanda de créditos e a implementação de mecanismos de verificação confiáveis.

A exclusão do setor elétrico e a capacidade limitada de algumas empresas também preocupam. O sucesso do CCTS dependerá não só da ambição das metas, mas de um desenho de mercado eficaz e de políticas de apoio para garantir sua integridade e funcionalidade.

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Credito de Carbono: Projeto Mejuruá

O Mejuruá é iniciativa da BR ARBO, e é um exemplo claro de como ativos ambientais da Amazônia podem gerar valor por meio do mercado de créditos de carbono. Ao preservar florestas e ecossistemas, o projeto contribui para metas climáticas globais e para a construção de uma economia sustentável e resiliente.