O CORSIA (Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional), desenvolvido pela OACI, é um instrumento central para que companhias aéreas neutralizem suas emissões de carbono.
Com a retomada das viagens internacionais, cresce também a necessidade de créditos de carbono para atender às metas climáticas. De acordo com a Allied Offsets, a demanda por esses créditos aumentará significativamente até 2035, pressionando também os preços.
Durante a Fase I (2024–2026), a demanda pode atingir até 148 MtCO₂e, enquanto a Fase II (2027–2035) projeta uma demanda acumulada de até 1.299 MtCO₂e.
Isso é impulsionado não apenas pela expansão da cobertura do CORSIA, mas também pelo envolvimento crescente dos países membros da OACI. Esse aumento representa tanto uma oportunidade quanto um desafio para companhias aéreas, desenvolvedores de projetos e reguladores.
As projeções de preço para os créditos variam conforme o cenário: de US$ 14 a US$ 34 por tonelada no cenário da Allied Offsets, e até US$ 91 por tonelada em previsões da MSCI para 2035.
A tendência é de alta de preços, refletindo tanto o aumento da demanda quanto os critérios mais rigorosos de elegibilidade e qualidade. Isso força o setor a considerar alternativas, como o uso de combustível sustentável (SAF) e remoções permanentes de carbono.
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No entanto, a oferta de créditos elegíveis não acompanhará esse ritmo. A estimativa é que apenas 543 MtCO₂e estejam disponíveis até 2027, gerando déficits significativos, principalmente na Fase II. Além disso, os filtros de qualidade aplicados pela OACI, como adicionalidade e permanência, reduzem ainda mais o volume disponível.
A maior parte da oferta vem de projetos de REDD+ e energia renovável, mas há uma migração em curso para soluções como reflorestamento e captura direta de ar (DAC).
As companhias aéreas precisarão se adaptar a um cenário mais exigente. A concentração da oferta em países como Índia, China e Brasil mostra o risco de interrupções geopolíticas ou regulatórias. Tendências de mercado indicam que empresas como Delta e Lufthansa estão diversificando estratégias, unindo compra de créditos com investimentos em SAF.
O CORSIA se encontra em um momento decisivo: com demanda crescente, oferta limitada e regras mais rígidas, as ações tomadas nos próximos anos definirão o custo e a credibilidade da descarbonização da aviação global
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Projeto Mejuruá: Mercado de Carbono
Projetos como o Mejuruá BR ARBO, são exemplos inspiradores do poder da natureza preservada. Ao proteger a floresta amazônica, não apenas contribuem para o equilíbrio climático global, mas também viabilizam a valorização de créditos de carbono, essenciais para uma transição justa e sustentável da economia mundial.