Na terça-feira, 6 de agosto, o Conselho de Integridade para o Mercado Voluntário de Carbono (ICVCM) decidiu que os créditos de carbono gerados por projetos de energia renovável serão reprovados.

Esse anúncio impacta cerca de um terço dos créditos de carbono disponíveis no mercado voluntário.

O ICVCM determinou que as oito metodologias de energia renovável avaliadas não atendem aos critérios de “Princípios Fundamentais de Carbono” (CCP) devido à insuficiência em comprovar a adicionalidade das reduções de emissões.

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Créditos de carbono por energias renováveis

Desde a criação das metodologias há 20 anos, o custo das energias renováveis caiu significativamente, tornando-as mais lucrativas e menos dependentes da venda de compensações de carbono.

Grandes empresas como Audi, Shell e Total, que utilizam esses créditos para alegar neutralidade de carbono, poderão ser afetadas pela decisão.

O ICVCM destacou que, embora energias renováveis como solar, eólica e hidrelétrica sejam essenciais para combater as mudanças climáticas, os padrões atuais não garantem a adicionalidade necessária para aprovação.

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As principais entidades de registro de créditos de carbono, como Verra e Gold Standard, já haviam parado de aceitar novos projetos conectados à rede em 2019, exceto em países menos desenvolvidos.

A decisão do ICVCM foi bem recebida por especialistas como Inigo Wyburd, da Carbon Market Watch, que vê a medida como um passo positivo para enfrentar a questão dos créditos de baixa qualidade.

No entanto, Amy Merrill, CEO do ICVCM, indicou que novas metodologias mais rigorosas poderão obter aprovação no futuro, especialmente em regiões onde os custos das energias renováveis ainda são elevados.

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Impacto para outros projetos: BR ARBO

Para a BR ARBO, empresa envolvida na gestão e comercialização de créditos de carbono, a decisão do ICVCM implica a necessidade de adaptar suas estratégias.

O projeto Mejuruá, é responsável por gerar créditos de carbono florestais. Essa mudança pode aumentar a demanda por esse tipo de crédito.

Nesse sentido, espera-se que projetos de reflorestamento possam comprovar a adicionalidade das reduções de emissões.

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Por Ana Carolina Ávila