Em 2024, orçamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para combate a incêndios na Amazônia foi reduzido significativamente de 24% em comparação com o ano anterior.
A Amazônia brasileira teve um recorde devastador de queimadas nos primeiros quatro meses de 2024.
Isso foi agravado por cortes significativos nos investimentos em políticas de combate aos incêndios.
A situação é alarmante devido à combinação perigosa da seca histórica com a redução do orçamento destinado a enfrentar essas calamidades naturais.
Isso agravou ainda mais essa situação desfavorável do clima.
O corte no orçamento reduziu a capacidade do Ibama de trabalhar efetivamente no terreno, pois reduziu a mobilização de recursos e pessoal necessários para combater os incêndios florestais.
Problemas com os Servidores Ambientais na Amazônia
Em resposta aos cortes no orçamento e à deterioração das condições de trabalho, os agentes do Ibama interromperam as operações de campo desde janeiro.
A negociação de melhorias salariais falhou devido à insatisfação com o salário baixo e à falta de recursos necessários para desempenhar seu trabalho.
Esta situação é o resultado de mais de dez anos de políticas fiscais restritivas e reduções de pessoal, apesar das crescentes necessidades devido ao impacto do aquecimento global.
A situação do Ibama não é recente.
A agência tem enfrentado muitos problemas ao longo dos anos, como falta de financiamento, pressões políticas e diminuição do pessoal.
A capacidade do Ibama de desempenhar seu papel essencial de preservar o meio ambiente e combater o desmatamento e as queimadas foi prejudicada por esses problemas.
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A Importância da Prevenção na Gestão de Crises
Embora os danos ainda estejam abaixo dos picos da estação seca, especialistas como Manoela Machado do Centro de Pesquisas Climáticas Woodwell enfatizam a importância de estratégias preventivas.
Ações como a instrução sobre focos de incêndio, a construção de barreiras naturais e queimadas controladas ajudam a reduzir a gravidade dos incêndios.
A prevenção de incêndios florestais depende da educação ambiental.
É fundamental que as comunidades locais, particularmente as que vivem próximas à floresta, sejam educadas sobre os riscos e os métodos para evitar a propagação do fogo.
Além de promover a importância da conservação florestal, campanhas de conscientização podem ensinar métodos de manejo sustentável da terra.
Além disso, a propagação dos incêndios pode ser reduzida por meio da criação de barreiras naturais, como aceiros e corredores de vegetação resistente ao fogo.
Como obstáculos físicos, essas barreiras impedem que as chamas avancem, protegendo áreas sensíveis e reduzindo os danos.
Outra estratégia importante são as queimadas controladas, que são planejadas e executadas sob supervisão.
Este método usa a queima intencional de áreas específicas em ambientes controlados para eliminar a vegetação seca que pode causar incêndios maiores. As queimadas controladas podem reduzir significativamente o risco de incêndios descontrolados quando executadas corretamente.
A situação atual da Amazônia e as perspectivas para o futuro
A região amazônica corre perigo devido à falta de apoio e à instabilidade no quadro de servidores ambientais.
O presidente da Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do Pecma (Ascema), Cleberson Zavaski, enfatiza a importância de um compromisso firme do governo para prevenir uma catástrofe ambiental nunca antes vista.
Zavaski enfatiza que a preservação da Amazônia requer uma abordagem integrada que combine políticas públicas eficazes, investimentos adequados e mobilização de recursos humanos e tecnológicos.
Ele enfatiza que os anos de negligência e falta de prioridade no enfrentamento das questões ambientais são a causa da crise atual.
Embora o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama ainda não tenham feito declarações oficiais sobre o assunto, é inegável que os próximos esforços exigirão uma combinação de conscientização, investimentos e ações imediatas.
A implementação imediata de componentes essenciais para preservar não apenas a Amazônia, mas também o equilíbrio climático global é essencial.
A Amazônia é fundamental para a regulação do clima mundial.
Ao absorver grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera e ajudar a mitigar as mudanças climáticas, as florestas funcionam como um sumidouro de carbono.
Além disso, a Amazônia tem uma biodiversidade única com milhões de espécies de animais e plantas, muitas das quais a ciência ainda não conhece.
Ações imediatas são imperativas
- Enfrentar as Questões Orçamentárias: Apoiar políticas públicas pró-ativas que garantam o financiamento adequado para as operações de combate a incêndios. A Ibama e outras agências ambientais precisam de recursos suficientes para funcionar.
- Educação Ambiental: aumentar a conscientização sobre as consequências e como evitar incêndios florestais. As comunidades locais e as escolas podem implementar programas educacionais que ensinem a fazer coisas sustentáveis e a importância da conservação florestal.
- Investimento em Pesquisa: Apoiar pesquisas e pesquisas sobre novas tecnologias para combater incêndios florestais. Pesquisas podem descobrir novas formas de prevenir e combater incêndios, bem como melhorar a capacidade de monitoramento e resposta rápida.
- Fortalecimento das Políticas de Conservação: Criar e manter políticas de conservação que protejam áreas vulneráveis e ajudem a restaurar áreas degradadas. A construção de unidades de conservação, corredores ecológicos e restauração de ecossistemas que sofreram danos fazem parte disso.
- Apoio às Comunidades Locais: Faça com que as comunidades locais participem do gerenciamento e proteção das florestas. As populações locais podem se tornar guardiões da floresta, promovendo práticas sustentáveis e evitando incêndios, por meio de programas de manejo comunitário.
- Colaboração Internacional: Fortalecer a cooperação com outros países e organizações internacionais para combater a destruição da Amazônia e as mudanças climáticas. A cooperação global é necessária para proteger a Amazônia, um patrimônio mundial.
A crise das queimadas na Amazônia em 2024 enfatiza a necessidade urgente de ações integradas e sustentadas para salvaguardar um dos habitats mais importantes do mundo.
Além de garantir a preservação da biodiversidade e o sustento de milhões de pessoas, a floresta amazônica desempenha um papel importante na regulação do clima global.
A falta de ação imediata e eficaz pode ter consequências devastadoras para o planeta como um todo, não apenas para a região.
Para superar esta crise e garantir um futuro sustentável para a Amazônia, o governo deve se comprometer, investir recursos e aumentar a conscientização pública.
Saiba mais: O PROJETO MEJURUÁ. Da floresta para um futuro sustentável
A Amazônia é fundamental para a vida
A preservação da Amazônia é uma responsabilidade compartilhada e requer trabalho contínuo e dedicação.
O legado que deixaremos para as próximas gerações e a saúde do nosso planeta serão determinados pelas ações tomadas hoje.
O projeto Mejuruá da BR ARBO, desempenha um papel crucial na conservação da maior floresta tropical do mundo.
Liderado por Gaetano Buglisi, o Mejuruá foca na preservação de áreas críticas da Amazônia, promovendo práticas sustentáveis e mitigando os impactos do desmatamento e das queimadas
Para salvar a Amazônia e preservar o nosso futuro, é imperativo agir imediatamente com determinação e cooperação.
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Por Ana Carolina Ávila