Uma nova análise da InfoAmazonia revela que, entre janeiro e junho de 2024, 69% dos municípios da Amazônia Legal enfrentaram condições de seca.
Marcando um aumento alarmante de 56% na quantidade de municípios em seca severa em comparação com o ano anterior.
O Índice Integrado de Seca (IIS), fornecido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mostra que a região está passando por uma das temporadas secas mais intensas da última década.

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Intensificação da Seca e Seus Efeitos Regionais
Os dados indicam que, enquanto a Amazônia deveria estar em sua estação chuvosa, o primeiro semestre de 2024 trouxe uma intensificação das condições secas.
Em 2023, 309 municípios estavam em seca fraca e 126 em seca moderada. No entanto, neste ano, 300 municípios enfrentam seca moderada e 170 seca fraca, com um aumento significativo de 56% em municípios classificados como secos severos.
Estados como Amazonas, Mato Grosso e Rondônia estão entre os mais afetados.
Santa Isabel do Rio Negro e Beruri, dois municípios no Amazonas, exemplificam as severas consequências da seca. Santa Isabel, por exemplo, viu a transição de seca fraca para severa e enfrenta desafios como a dificuldade em acessar alimentos e energia devido à baixa navegabilidade dos rios.
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Em Beruri, a situação é igualmente crítica, com rios secando rapidamente e um histórico recente de desastres causados pela seca, como o deslizamento de terra na Vila Arumã.
Em resposta à crise, comunidades vulneráveis, como aquelas em Óbidos e Oriximiná, estão solicitando planos de contingência às prefeituras para enfrentar a seca.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também está pressionando o governo local em Porto Velho para criar um “Auxílio Calamidade Climática” e melhorar a infraestrutura hídrica e de saúde.
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Iniciativas e Esperança para o Futuro: Projeto Mejuruá
A BR ARBO, por exemplo, lidera o Projeto Mejuruá, um esforço significativo de reflorestamento na Amazônia que visa mitigar os impactos da seca e restaurar a biodiversidade da região.
Este projeto é um exemplo de como iniciativas de longo prazo podem contribuir para a recuperação ambiental e o fortalecimento das comunidades locais diante de crises climáticas.
A intensificação da seca na Amazônia em 2024 destaca a urgência de medidas eficazes para enfrentar a crise climática.
A combinação de fatores naturais e humanos exige uma resposta coordenada e proativa para proteger as comunidades e o meio ambiente da região.
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Por Ana Carolina Ávila