Recentemente, a Tailândia está implementando um novo mercado de créditos de carbono focado na restauração de manguezais, buscando recuperar até 500.000 rai (cerca de 80.000 hectares) até 2031.

Apesar das vantagens ambientais potenciais, comunidades locais expressam preocupações sobre as consequências dessa iniciativa.

Entretanto, a apenas 60 km de distância, está sendo planejado um porto de águas profundas que pode ameaçar a restauração dos manguezais.

Ambientalistas temem que as iniciativas de proteção sejam usadas por empresas poluentes como parte de uma estratégia de greenwashing.

Saiba mais: Mercado de carbono irá proteger 150 Mi de Hectares

O mercado de créditos de carbono da Tailândia

A Tailândia lançou seu mercado voluntário de carbono em 2015, estabelecendo uma meta de atingir emissões líquidas zero até 2065.

Os manguezais, que podem armazenar de três a cinco vezes mais carbono que florestas tropicais, são considerados fundamentais para essa meta.

Recentemente, o Departamento de Recursos Marinhos e Costeiros da Tailândia (DMCR) incentivou empresas privadas a investir no plantio e proteção de manguezais, oferecendo compensações financeiras às comunidades.

A linguagem vaga do programa levanta dúvidas sobre a preservação dos modos de vida locais. Comunidades que dependem dos manguezais para sua subsistência, como a pesca, temem que as restrições impostas pelo projeto limitem suas práticas tradicionais.

Além disso, há preocupações sobre possíveis disputas de terras, já que algumas áreas foram recuperadas pelo governo e designadas como manguezais para crédito de carbono.

ONGs relatam que proprietários de terras, especialmente criadores de camarão, foram acusados de invasão e tiveram suas terras confiscadas.

Saiba mais: NASENI Investe para Iniciativas de Crédito de Carbono na Nigéria

Iniciativas brasileiras no mercado de créditos de carbono: BR ARBO

A BR ARBO está profundamente envolvida no mercado de créditos de carbono, com foco em iniciativas que promovem a sustentabilidade e a preservação ambiental.

A empresa se dedica à gestão e comercialização de créditos de carbono, particularmente em projetos de reflorestamento, como o Projeto Mejuruá.

Esse relacionamento é crucial, uma vez que a BR ARBO busca não apenas cumprir as metas de compensação de carbono, mas também apoiar comunidades locais e promover a bioeconomia.

A empresa também se preocupa com a transparência e a eficácia dos projetos, garantindo que as iniciativas sejam sustentáveis a longo prazo.

Saiba mais: Tailândia recorre a créditos de carbono de manguezais apesar do ceticismo

Por Ana Carolina Ávila