Recentemente, Luciana Costa, diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacou em entrevista que o Brasil possui um dos maiores potenciais de reflorestamento do mundo.
Ela enfatizou que, enquanto o mundo investe em tecnologias caras de captura e armazenamento de carbono. O reflorestamento oferece uma alternativa mais econômica e eficaz.

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Potencial de Reflorestamento do Brasil
Luciana explicou que restaurar florestas não só captura carbono, mas também é uma solução de menor custo comparado a outras tecnologias de captura de carbono.
Ela apontou que o Brasil, com sua vasta extensão de terras aráveis e a maior floresta tropical do mundo, tem uma oportunidade única para liderar globalmente em iniciativas de reflorestamento e captura de carbono.
O BNDES tem investido significativamente em projetos de restauração de florestas.
Como a iniciativa Regreen, que recebeu um financiamento de R$ 186 milhões.
Este projeto é emblemático porque representa uma nova fronteira para o banco, focando na captura de carbono através do plantio de árvores e restauração de florestas.
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Transição Energética e Sustentabilidade
O Brasil possui uma matriz energética 88% renovável e uma matriz elétrica 47% renovável, muito superior às médias globais.
O BNDES tem sido fundamental na construção de hidrelétricas e na instalação de parques solares e eólicos desde os anos 2000.
Colocando o Brasil à frente no uso de energias renováveis.
O banco também financia grandes projetos de mobilidade urbana e logística, essenciais para o desenvolvimento sustentável do país.
Apesar das vantagens, o Brasil enfrenta desafios como a ausência de um mercado de carbono robusto e o alto custo de capital para investimentos.
Luciana destacou que 50% das emissões brasileiras de carbono vêm do desmatamento e 24% do uso da terra.
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Contrastando com outros países onde a energia e os processos industriais são as principais fontes de emissões.
Ela acredita que, ao controlar o desmatamento e melhorar o uso da terra, o Brasil pode zerar suas emissões líquidas antes de 2050.
Além disso, o país tem um grande potencial para a produção de biometano, aproveitando resíduos da pecuária, industriais e urbanos.
O biometano pode ser injetado diretamente nos gasodutos, substituindo o gás natural.
O Brasil também está bem posicionado para produzir hidrogênio verde, que pode ser usado para descarbonizar indústrias de difícil abatimento como siderúrgica, de fertilizantes, cimenteira e transporte de longa distância.
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Créditos de carbono florestais da BR ARBO
O Brasil tem uma janela de oportunidade para se tornar um líder climático global.
Para isso, é necessário evoluir na regulação do mercado de carbono e aproveitar as vantagens comparativas do país em energia renovável e biocombustíveis.
Nesse sentido, é importante investir em projetos como o da BR ARBO.
O projeto Mejuruá, que visa a recuperação de áreas degradadas no Brasil por meio do plantio de espécies nativas.
Este projeto comercializa créditos de carbono florestais, o que permite preservar a reservas.
Por Ana Carolina Ávila