Um estudo recente destaca que, embora 93% dos pecuaristas e produtores de culturas estejam cientes do mercado de carbono, apenas 3% estão atualmente participando.

Esses mercados, que pagam agricultores por práticas que sequestram dióxido de carbono, surgiram novamente em 2020-2021.

Grandes empresas agrícolas lançaram programas de crédito de carbono, mas a adesão é baixa devido a incertezas sobre viabilidade e mensuração.

Mesmo com o aumento da demanda, como o anúncio da Microsoft comprando 40.000 créditos da Indigo Ag, os preços atuais dos créditos (US$ 10-20) não são atrativos para muitos agricultores.

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Desafios na Participação

A participação dos agricultores é crucial para o sucesso dos mercados de carbono.

No entanto, um estudo indicou que apenas 3-4% dos agricultores mudariam suas práticas aos preços atuais.

Preços mais altos (US$ 40-70) poderiam atrair mais participantes, mas ainda assim, metade dos agricultores não se mostraria interessada. Questões sobre custos e benefícios das mudanças de práticas agrícolas continuam sendo um obstáculo.

O desenvolvimento dos mercados de carbono agrícolas também depende de políticas.

Em 2022, o programa Partnerships for Climate-Smart Commodities forneceu US$ 3,1 bilhões para projetos que expandem mercados de commodities climaticamente inteligentes e quantificam benefícios de gases de efeito estufa.

Um folheto recente do governo dos EUA detalha sete princípios para mercados voluntários de carbono, enfatizando a integridade dos créditos e a redução de emissões nas cadeias de valor.

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Projeto Mejuruá e o mercado de carbono

Iniciativas como o Projeto Mejuruá podem se beneficiar da crescente demanda por créditos de carbono.

Localizado na Amazônia, a iniciativa da BR ARBO, foca na restauração ambiental e no sequestro de carbono, podendo atrair compradores internacionais e contribuir para metas globais de redução de emissões.

Especialmente se os preços dos créditos se tornarem mais competitivos e os benefícios mais claros para os produtores.

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Por Ana Carolina Ávila