Ao contrário da percepção comum, os mercados de carbono não reduzem diretamente as emissões de gases de efeito estufa.
O funcionamento desses mercados é baseado na troca de permissões de emissão entre empresas, onde o comprador adquire o direito de emitir uma quantidade de CO2 equivalente àquela que o vendedor deixou de emitir.
No entanto, o real impacto na redução das emissões vem da precificação do carbono, que influencia decisões econômicas e comportamentais, tanto de consumidores quanto de empresas.
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O Papel dos Mercados de carbono no Acordo de Paris
Os mercados de carbono são um dos principais mecanismos do Acordo de Paris, pois ajudam a atribuir um valor financeiro às emissões de carbono.
Ao estabelecer esse preço, cria-se um incentivo para a transição para uma economia de baixo carbono.
Empresas, pressionadas por acionistas, consumidores e reguladores, utilizam esses mercados como uma ferramenta econômica para alocar recursos de maneira mais eficiente, reduzindo os custos da transição.
Nos mercados regulados, a redução de emissões é determinada por reguladores governamentais, que estabelecem um limite máximo (cap) para as emissões de determinados setores.
Esse limite é reduzido gradualmente, aumentando o preço das permissões de emissão.
Com preços mais altos, as empresas são incentivadas a investir em tecnologias menos poluentes, substituindo equipamentos emissores, como os que utilizam combustíveis fósseis.
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Projetos de Carbono: BR ARBO
Embora os créditos de carbono possam gerar benefícios, como incentivar a conservação e a restauração florestal, é necessário cautela.
Iniciativas como o Projeto Mejuruá no Brasil mostram como soluções baseadas na natureza podem gerar créditos de carbono e apoiar a mitigação das mudanças climáticas.
O projeto da BR ARBO, é responsável pelo manejo sustentável de uma floresta na Amazônia. Incentivando o desenvolvimento sustentável na região.
No entanto, a “terceirização” excessiva da redução de emissões para esses projetos pode dificultar o alcance das metas climáticas globais.
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Por Ana Carolina Ávila