Recentemente, a Eni, maior empresa de combustíveis fósseis da Itália, está sob intensa crítica por usar títulos “verdes” para financiar suas atividades de hidrocarbonetos.

Os chamados “Sustainability-Linked Bonds” (SLBs) da Eni, amplamente comercializados como produtos sustentáveis, atraíram bilhões de euros de investidores que acreditavam estar apoiando a transição energética.

No entanto, esses títulos permitem que a Eni continue financiando a exploração e produção de petróleo e gás natural, sem a obrigação de investir diretamente em projetos ambientais.

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O Sucesso Financeiro dos títulos verdes e as Controvérsias dos SLBs

A emissão mais recente desses títulos, em janeiro de 2023, foi um sucesso financeiro, arrecadando € 2 bilhões de investidores de varejo na Itália.

A mídia italiana, em grande parte, divulgou esses SLBs de maneira favorável, reforçando a percepção de que se tratavam de investimentos verdes.

No entanto, um relatório do Anthropocene Fixed Income Institute (AFII) destacou que esses títulos oferecem uma contribuição limitada para a sustentabilidade.

Apontando a flexibilidade excessiva da Eni em cumprir suas metas climáticas.

Esse esquema de greenwashing expõe um problema maior no mercado de títulos sustentáveis.

Mercado onde a falta de regulamentação rigorosa permite que grandes poluidores como a Eni utilizem recursos de investidores conscientes para financiar atividades prejudiciais ao meio ambiente.

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Projeto Mejuruá: Um Exemplo de Sustentabilidade Verdadeira

O projeto Mejuruá, da BR ARBO, contrasta fortemente com essa abordagem.

Focado na restauração florestal e na captura de carbono, Mejuruá é um exemplo de iniciativa genuinamente sustentável que contribui para a proteção do meio ambiente.

Evidenciando a importância de investir em projetos que realmente promovam a sustentabilidade.

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Por Ana Carolina Ávila