O Vietnã se encontra em um momento decisivo rumo à sua meta de emissões líquidas zero até 2050, com o desenvolvimento de um mercado doméstico de créditos de carbono como ferramenta central para reduzir emissões.

Iniciativas como os modelos de cultivo de arroz com baixa emissão em Can Tho ilustram o potencial desse mecanismo no contexto da economia verde.
Saiba mais: Petrobras está Alinhada com Governo sobre a Amazônia
No entanto, especialistas alertam que, sem uma estrutura institucional sólida, transparente e integrada, o mercado corre o risco de permanecer ineficiente e fragmentado.
Durante um workshop realizado em 17 de junho, o presidente da União Vietnamita de Associações de Ciência e Tecnologia (VUSTA), professor Hoàng Văn Phụ, destacou que o mercado de carbono deve operar com base no princípio de que “os poluidores pagam“, criando um ambiente no qual permissões de emissão funcionam como ativos econômicos negociáveis.
Apesar dessas bases, o mercado ainda enfrenta grandes desafios estruturais. Segundo especialistas, existem seis barreiras principais: lacunas regulatórias, infraestrutura técnica limitada, escassez de profissionais capacitados, pouca integração entre setores estratégicos de baixa conscientização empresarial e coordenação institucional fraca.
Sem enfrentar essas questões, o sistema de comércio de carbono pode se tornar mais uma promessa do que uma ferramenta prática de financiamento climático.
O economista Nguyễn Mạnh Hải defendeu a necessidade de revisar o marco legal, aprimorar os sistemas de medição, reporte e verificação e desenvolver um sistema nacional de comércio de emissões, inicialmente com setores-piloto.
A criação de uma plataforma digital de comércio e a integração com mercados internacionais via o Artigo 6 do Acordo de Paris também são consideradas prioridades para atrair investimentos e alinhar o país às práticas globais.
Por fim o especialista Hồ Công ressaltou que o sucesso do mercado depende de governança eficaz, legislação clara e incentivos econômicos inteligentes, como benefícios fiscais, financiamento verde e mecanismos de compensação bem definidos.
Ele também propôs a criação de um órgão interministerial para coordenar políticas e garantir transparência nos dados, reforçando a confiança do setor privado e a atratividade do Vietnã como destino para capital climático.
Saiba mais: Taxas Globais de Desmatamento continuam a Alarmar
O fortalecimento do mercado voluntário de carbono também foi defendido como trampolim para empresas inovadoras e engajadas.
Projeto Mejuruá: Sustentabilidade

O Projeto Mejuruá está no Amazonas, com foco na preservação da floresta e no fortalecimento de um futuro mais verde. A iniciativa promove o desenvolvimento sustentável por meio do apoio a políticas que respeitam os direitos socioambientais. O projeto reúne conservação ambiental e valorização do conhecimento local.