O desmatamento na Amazônia está gerando grandes impactos para a segurança energética do Brasil, comprometendo a geração de energia hidrelétrica, que representa 60% da matriz elétrica do país.

O estudo do Climate Policy Initiative/PUC-Rio e do Amazônia 2030 destacou que as usinas hidrelétricas de Itaipu e Belo Monte, as maiores da nação, estão perdendo juntas energia suficiente para abastecer 1,5 milhão de pessoas anualmente por causa do desmatamento na Amazônia.

Essa perda de energia resulta em prejuízos superiores a R$ 1 bilhão por ano.

Itaipu, sediada no Paraná, perde cerca de 1.380 GWh de energia por ano devido à degradação da floresta amazônica, o que equivale ao abastecimento de 552 mil brasileiros.

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Já Belo Monte, situada dentro da Amazônia, sofre uma perda de 2.400 GWh anuais, impactando o consumo de 956 mil pessoas.

Ambas as usinas dependem do regime de chuvas para manter seus níveis de geração. Com isso, a floresta Amazônica desempenha um papel crucial no ciclo hidrológico, já que, por meio de fenômenos naturais, carrega umidade da floresta para outras regiões, garantindo a vazão dos rios e a produção de energia nas hidrelétricas.

Assim, o desmatamento prejudica esse processo, diminuindo a umidade das correntes de ar e, assim, a quantidade de chuva, afetando a geração de energia.

O estudo aponta que áreas-chave da Amazônia, cruciais para a criação de energia nas usinas, já sofreram desmatamento, o que exige soluções imediatas de conservação e restauração.

Sendo assim, com a crescente perda de capacidade nas hidrelétricas, a preservação da Amazônia se tornou uma questão urgente para garantir a estabilidade do fornecimento de energia no Brasil.

Portanto, o investimento em ações de preservação florestal é crucial para mitigar os impactos econômicos e garantir a sustentabilidade do sistema energético nacional.

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Relação com o Projeto Mejuruá

Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental. 

Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.

Ana Carolina Turessi