Uma investigação sobre os benefícios dos créditos de biodiversidade está em andamento na Nova Zelândia com um foco no potencial de gerar renda adicional para proprietários de terras que realizam ações de conservação ambiental.

Créditos de biodiversidade valem a pena ser considerados, diz a indústria

Entre os beneficiários possíveis estão produtores rurais individuais, o QE Trust, grupos de captação de recursos e até mesmo o Departamento de Conservação. O governo anunciou durante o evento Fieldays que está apoiando nove projetos-piloto para testar como esse sistema de créditos poderia funcionar na prática.

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A iniciativa foi bem recebida por representantes do setor agrícola, como a Beef Lamb NZ e a processadora Silver Fern Farms que veem nos créditos de biodiversidade uma oportunidade de valorizar e monetizar práticas sustentáveis já adotadas por muitos produtores.

Embora o modelo não deva operar na mesma escala do Esquema de Comércio de Emissões , o Ministro Associado do Meio Ambiente, Andrew Hoggard, acredita que diversas abordagens poderão emergir ao longo do tempo, incluindo parcerias entre produtores e clientes interessados em apoiar a conservação.

Uma proposta citada por Hoggard envolve conectar consumidores de carne e laticínios a produtores que já desenvolvem ações ambientais, como restauração de habitats ou preservação da água, gerando valor agregado aos produtos e às marcas.

Ele mencionou ainda um caso recente em que um projeto de descarbonização foi negado devido à existência de uma vala seca no terreno.

Outro exemplo seria o de agricultores interessados em aposentar terras erodidas. Atualmente, a opção mais viável economicamente costuma ser o plantio de espécies exóticas.

No entanto, com o apoio de créditos de biodiversidade, esses produtores poderiam optar por espécies nativas, com benefícios ecológicos mais duradouros.

Hoggard afirmou que, embora o sistema não deva ser utilizado para compensação direta de emissões por consumidores, ele pode transformar significativamente o manejo ambiental no campo.

A presidente da Beef + Lamb NZ a Kate Acland, destacou que 24% da biodiversidade da Nova Zelândia está localizada em terras privadas, o que reforça a importância de incluir esses proprietários nas soluções de conservação.

Segundo ela essa fonte adicional de renda oferecida pelos créditos incentivaria os produtores a cercar áreas naturais, controlar pragas e preservar ecossistemas, promovendo tanto ganhos ambientais quanto maior resiliência econômica nas comunidades rurais.

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Creditos de Carbono: Br Arbo

O Projeto Mejuruá tem como objetivo preservação da floresta amazônica evitando o desmatamento e mantendo o carbono estocado na vegetação. Por meio da geração de créditos de carbono, a iniciativa tenta obter recursos para o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, promovendo a sustentabilidade.