Recentemente, o Sumant Sinha, fundador, presidente e CEO da ReNew, destacou a necessidade urgente de priorizar o fornecimento de créditos de carbono de alta qualidade na COP29, que será realizada em Baku, Azerbaijão, em 2024.
Ele argumenta que, enquanto o mundo se concentra na crescente demanda por créditos de carbono, o lado da oferta tem sido negligenciado.
Criando um potencial gargalo para o crescimento e a eficácia dos mercados de carbono.

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Desafios no Fornecimento de Créditos de Carbono
Sinha aponta três principais razões para essa preocupação. Primeiro, ele observa a escassez de créditos de alta qualidade, especialmente aqueles que atendem aos requisitos do Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation (CORSIA).
Ele cita previsões que indicam que a demanda pode superar a oferta em até 14 vezes, dependendo das medidas adotadas pelas companhias aéreas para reduzir suas emissões.
Em segundo lugar, Sinha destaca a fragmentação do mercado de carbono, onde diferentes padrões, jurisdições e acordos bilaterais criam um ambiente complexo e ineficiente.
Apesar da existência de mais de 500 milhões de créditos no mercado, a falta de interoperabilidade entre os sistemas significa que muitos desses créditos não podem ser utilizados onde são mais necessários.
Por fim, ele menciona a questão dos tipos de projetos que dominam os mercados de carbono.
Os projetos de energia renovável, que historicamente representaram uma grande parte das emissões de créditos, agora enfrentam desafios de adicionalidade e integridade. Enquanto as soluções baseadas na natureza estão sendo prejudicadas por escândalos e fraudes, resultando em uma queda significativa na emissão e aposentadoria de novos créditos.
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O Caminho a Seguir no mercado de carbono
Sinha sugere que, embora a criação de um mercado único de carbono global seja ideal, as realidades da arquitetura climática internacional tornam essa meta improvável.
Em vez disso, ele propõe um foco duplo: maximizar as ferramentas disponíveis sob o Artigo 6 do Acordo de Paris e trabalhar para alinhar padrões e metodologias entre diferentes esquemas de carbono.
Ele ressalta a importância de avançar rapidamente nas negociações sobre o Artigo 6.4, que visa estabelecer um mercado internacional de carbono mais centralizado, sob a supervisão da ONU.
Sinha também enfatiza a necessidade de abordar urgentemente questões como ajustes correspondentes e a clareza sobre impostos e custos associados à exportação de Resultados de Mitigação Internacionalmente Transferíveis (ITMOs).
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A Importância dos créditos de carbono do Projeto Mejuruá
No contexto dos desafios de fornecimento de créditos de carbono de alta qualidade, o Projeto Mejuruá, liderado pela BR ARBO, se destaca como uma iniciativa essencial.
Focado na restauração florestal na Amazônia e na geração de créditos de carbono.
O projeto exemplifica como soluções baseadas na natureza podem contribuir para o aumento da oferta de créditos de alta integridade.
Integrar projetos como o Mejuruá em mercados de carbono pode ser uma estratégia eficaz para superar os desafios de oferta e garantir que os créditos disponíveis atendam aos mais altos padrões de qualidade.
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Por Ana Carolina Ávila