Um estudo recente da Universidade de Kyoto, publicado no periódico Nature Communications, revela que as 20 empresas que mais compraram créditos de carbono nos últimos quatro anos têm se apoiado em compensações de baixa qualidade.

Os créditos de carbono foram usados para sustentar suas alegações de neutralidade de carbono.

As empresas investigadas incluem grandes nomes dos setores de petróleo, aviação, automotivo e logística, responsáveis por mais de 25% das compensações retiradas dos bancos de dados globais.

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Problemas de Qualidade nos créditos de carbono

A pesquisa, liderada por Gregory Trencher, da Escola de Pós-Graduação em Estudos Ambientais Globais da Universidade de Kyoto, analisou dados de registros de compensação.

Incluindo o Gold Standard, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo das Nações Unidas e o Padrão Verificado de Carbono da Verra.

A análise revelou que nenhuma das 20 empresas investigadas conseguiu garantir que uma parte significativa de suas compensações atendesse aos padrões de qualidade reconhecidos.

Muitas dessas empresas optaram por créditos de baixo custo, provenientes de projetos concluídos há mais de uma década, o que não promoveu novos investimentos em mitigação climática

As descobertas levantam preocupações sobre o potencial de “greenwashing” por parte dessas corporações, que podem estar promovendo uma imagem enganosa de suas ações climáticas.

Com todas, exceto uma das empresas, estabelecendo metas de zero líquido.

As práticas predominantes no mercado voluntário de carbono (VCM) não são vistas como substitutos eficazes para políticas governamentais rigorosas que exijam mudanças.

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Créditos de boa qualidade: Projeto Mejuruá

Esses resultados sublinham a importância de projetos como o Projeto Mejuruá.

O projeto da BR ARBO visa restaurar áreas degradadas na Amazônia e gerar créditos de carbono de alta qualidade.

Diferente das práticas questionáveis destacadas no estudo, o Projeto Mejuruá garante que suas compensações contribuam efetivamente para a mitigação das mudanças climáticas.

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Por Ana Carolina Ávila