Comissão Europeia anuncia planos para reduzir regras de relatórios de sustentabilidade, dificultando a decisão dos investidores sobre onde alocar seus recursos para apoiar projetos verdes do bloco.

O continente europeu, desde o Acordo de Paris, em 2015, tem liderado o mercado de finanças verdes, com o objetivo de alcançar emissões liquidas zero mundiais até 2050. Assim, busca mitigar suas emissões em 55% até 2030.

Com isso em mente, o bloco estipulou normas severas para padronizar a classificação de investimentos verdes, obrigando empresas a divulgarem suas pegadas de carbono.

Contudo, em resposta às pressões das empresas e governos da União Europeia por uma metodologia mais flexível, o conjunto decidiu por reduzir as regras dos relatórios das empresas para impulsionar a demanda do setor privado pela sustentabilidade.  

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Ademais, em um cenário de volatilidade política sob o governo de Donald Trump, a Comissão espera minimizar suas exigências em relação às empresas.

Contudo, a estratégia gerou críticas. Apesar de permitir que as indústrias foquem em reduzir suas emissões em vez de se preocuparem com a burocracia, críticos como Hyewon Kong, Diretor de Investimentos Sustentáveis da Gresham House, apontam que a nova metodologia pode dificultar a comparação entre as ações das empresas e comprometer as metas climáticas do bloco.

Dentre as mudanças, destaca-se a isenção de mais de 80% das empresas da obrigação de relatar suas emissões.

Apesar das autoridades da UE afirmarem que tais mudanças não afetariam as metas climáticas, a ação gerou preocupação entre investidores e especialistas.

Estes temem que a redução da transparência dificultará o acesso às informações cruciais para tomar decisões sobre seus investimentos e onde alocar seus recursos.

Ademais, a medida pode dificultar a avaliação dos impactos ambientais pelas empresas.

Em suma, a proposta pode afetar a capacidade da UE de atingir seus objetivos, principalmente se a falta de transparência e a redução das divulgações ocultarem a identificação de riscos para os investidores.

Portanto, para a UE, o equilíbrio entre simplificar os relatórios e promover a eficácia na luta contra as mudanças climáticas ainda é um desafio que deve ser superado.

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Relação com o Projeto Mejuruá

Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.

Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.

Ana Carolina Turessi