Recentemente, o mercado voluntário de carbono (MCV) tem demonstrado uma quantidade significativa de progresso e desenvolvimento, apesar das discussões recentes sobre a legitimidade dos créditos de carbono.

A história do ceticismo europeu em relação aos créditos de carbono remonta ao início dos anos 2000, quando o primeiro Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) falhou em restaurar a credibilidade do sistema.

O Futuro dos Créditos de Carbono


O MCV tem melhorado muito, adicionando classificações independentes de carbono, seguros de carbono e ferramentas de medição para melhorar os projetos de carbono.

Por exemplo, a BeZero Carbon prevê que, até 2030, a integração de créditos de carbono nos regimes de comércio de emissões (ETS) da União Europeia (EU) e do Reino Unido poderia permitir o financiamento climático de até 11 bilhões de dólares.

CBAM: Um Novo Instrumento para Precificação do Carbono


Uma ferramenta inovadora chamada Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras da UE (CBAM) tributa as importações com base na intensidade de carbono. Isso elimina a desvantagem competitiva dos produtores nacionais que pagam por suas emissões através do ETS.

Além disso, o CBAM dá à União Europeia a capacidade de influenciar a fixação de um preço global para as emissões de carbono.

Empresas na região MENA já estão sentindo o efeito dessa abordagem. Eles estão agora trabalhando para calcular a intensidade de carbono de seus produtos destinados ao mercado europeu e desenvolvendo planos para gerenciar essa responsabilidade.

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A Cenoura Contra o Pau


A União Europeia deveria permitir que os importadores utilizassem créditos de carbono para gerenciar suas responsabilidades no CBAM, em vez de simplesmente aplicar um imposto sobre o carbono.

Este método canalizaria financiamento para uma variedade de iniciativas de descarbonização.

A integração de créditos de carbono no CBAM seria uma maneira barata de descarbonizar para as empresas.

Um produtor de aço que importa para a UE poderia, por exemplo, evitar pagar o imposto sobre o carbono e, em vez disso, comprar créditos de carbono de alta qualidade. A empresa poderia financiar ações climáticas significativas e quantificáveis com isso, sem gastar capital excessivo ou enfrentar dificuldades financeiras.

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Reconstruir a confiança nos créditos de carbono como ferramentas eficazes para a ação climática é necessário para que essa abordagem seja eficaz.

Nos últimos dez anos, o mercado atual fez um longo caminho para criar ferramentas e proteções que possam mostrar a verdadeira eficácia da ação climática.

A UE poderia aproveitar a oportunidade de tornar o CBAM um mecanismo mais eficaz e justo para financiar ações climáticas, reconhecendo essas melhorias.

Resultado da utilização de créditos de carbono


A União Europeia deve considerar os créditos de carbono não apenas como uma ferramenta para diminuir as emissões, mas também como um meio de mitigar os efeitos econômicos do CBAM.

Integrar créditos de carbono de alta qualidade no CBAM ajudaria as empresas a descarbonizar de forma mais fácil e conveniente, e garantiria que as áreas mais afetadas pelas mudanças econômicas globais se beneficiariam.

A BR ARBO Gestão Florestal, busca utilizar utilizar créditos de carbono para ajudar a descarbonizar o Brasil

O projeto Mejuruá, poderá implementar um sistema mais econômico e justo, promovendo a ação climática global sem comprometer a equidade econômica com essa abordagem.

Por Ana Carolina Ávila