Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu um empréstimo de R$ 160 milhões à Mombak, uma startup focada na venda de créditos de carbono a partir de projetos de reflorestamento na Amazônia.

O financiamento faz parte do projeto “Arco da Restauração“, uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e do BNDES para conter o desmatamento e promover a restauração florestal.

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Detalhes do Financiamento de créditos de carbono

Metade do empréstimo foi concedido por meio do Fundo Clima, com uma taxa de juros de 2,5% ao ano e um prazo de 25 anos.

A outra metade foi obtida via Finem, com uma taxa de cerca de 10,5% e vencimento em 15 anos.

Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, destacou que o projeto não é apenas uma ação filantrópica, mas uma iniciativa econômica que visa gerar créditos de carbono que serão vendidos no mercado internacional.

A Mombak, fundada há três anos, já havia atraído financiamento de investidores internacionais, incluindo US$ 36 milhões captados junto ao Banco Mundial em julho deste ano.

Além disso, a startup recebeu investimentos de grandes nomes como a seguradora francesa AXA, o fundo de pensão canadense CPPIB, a Bain Capital e a Fundação Rockefeller. Totalizando US$ 120 milhões em seu primeiro fundo de reflorestamento da Amazônia.

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Expansão dos créditos de carbono

O financiamento do BNDES permitirá à Mombak expandir suas operações na Amazônia, com planos de adquirir fazendas de pastos degradados e realizar o reflorestamento utilizando espécies nativas.

Segundo Peter Fernandes, cofundador e CEO da Mombak, um hectare reflorestado pode gerar cerca de 700 toneladas de créditos de carbono ao ano.

A startup já anunciou acordos de fornecimento de créditos com a Microsoft e a McLaren, demonstrando seu potencial no mercado internacional.

O “Arco da Restauração” tem como meta restaurar 6 milhões de hectares de floresta até 2030, capturando 1,65 bilhão de toneladas de carbono.

Segundo Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, o banco está liderando essa iniciativa, assim como fez com os investimentos em energia renovável no passado, reforçando o papel do Brasil como uma potência em restauração florestal.

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Projeto Mejuruá também contribui para a proteção da Amazônia

A Mombak segue uma estratégia semelhante à do empresário Gaetano Buglisi, líder do Projeto Mejuruá.

A iniciativa também busca combinar restauração florestal com a geração de créditos de carbono na Amazônia, com o manejo sustentável de uma reserva.

Ambos os projetos estão alinhados com a tendência global de valorização de iniciativas que protegem o meio ambiente e criam valor econômico através de soluções baseadas na natureza.

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Por Ana Carolina Ávila