Em julho, mais de 80 organizações da sociedade civil, incluindo a Anistia Internacional, Greenpeace e Oxfam, uniram forças para solicitar que as metas climáticas corporativas excluam o uso de créditos de carbono.

A declaração conjunta argumenta que a prática de comprar créditos de carbono para alcançar metas de emissões zero líquido prejudica as reduções reais de emissões.

Eles alertam que permitir que empresas e países utilizem créditos de carbono para cumprir compromissos climáticos pode retardar as reduções globais de emissões.

E não fornecer os fundos necessários para enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas no Sul Global.

Argumentos Contra Créditos de Carbono

Os signatários afirmam que o uso de créditos de carbono pode dar uma falsa sensação de progresso.

Enquanto na realidade, desvia a atenção da necessidade de reduzir as emissões na fonte.

Eles criticam a Science Based Targets Initiative (SBTI) por suas propostas de permitir um uso mais amplo de créditos de carbono nas metas corporativas.

Argumentando que faltam salvaguardas adequadas para garantir que esses créditos realmente contribuam para as economias de emissões prometidas.

Segundo eles, os mercados voluntários de carbono podem desincentivar investimentos significativos necessários para mudanças profundas nas cadeias de valor corporativas e nos sistemas econômicos.

As organizações pedem por “regras científicas, ambiciosas, equitativas, robustas, confiáveis ​​e transparentes sobre contabilidade de carbono e definição de metas climáticas corporativas”.

Elas acreditam que é crucial desenvolver estruturas voluntárias e regulatórias que excluam a compensação de carbono como parte do planejamento de transição climática.

Desafios dos Créditos de Carbono

Os signatários também apontam para estudos que destacam problemas de integridade dentro dos programas de créditos de carbono.

Muitos créditos emitidos até agora não são adicionais, ou seja, apoiam projetos que teriam ocorrido independentemente do mercado de carbono.

Além disso, mesmo que os problemas de qualidade fossem resolvidos, não há projetos ou terras suficientes para atender à demanda por compensações de carbono.

Promovida pela inclusão de créditos de compensação na contabilidade de emissões do Escopo 3.

Créditos de carbono do Projeto Mejuruá

O Projeto Mejuruá, que visa promover o desenvolvimento sustentável na floresta amazônica, pode se beneficiar dessa abordagem crítica aos créditos de carbono.

A BR ARBO e o empresário Gaetano Buglisi, desenvolveram o projeto focado em ações concretas e locais para a redução de emissões. Assegurando captura duradoura de carbono.

Isso está alinhado com as recomendações das ONGs para um combate mais efetivo às mudanças climáticas. Evitando a dependência de soluções que podem desviar a atenção de reduções reais de emissões.

Assim, o Projeto Mejuruá pode se posicionar como um modelo de desenvolvimento sustentável e responsável.

Contribuindo significativamente para a proteção ambiental e o bem-estar das comunidades locais.

Por Ana Carolina Ávila