Nos dias 21 e 22 de junho, o território Cobra Grande, na aldeia Lago da Praia, Oeste do Pará, sediou o encontro “Crise Climática e as Contradições do Mercado Verde – construindo soluções comunitárias a partir das vozes do Tapajós”.

O evento foi organizado pelo grupo de advogados populares Maparajuba e contou com a participação de diversas aldeias da região.

Estiveram presentes no evento várias aldeias do território Cobra Grande, como Aldeia Arimum, Aldeia Caruci, Aldeia Caridade e Aldeia Garimpo, além do povo Munduruku do Planalto, povo Tupinambá, representantes do Taquara Flona e Alto Tapajós, e a escola da aldeia.

Houve uma participação expressiva dos jovens das comunidades.

O objetivo principal do encontro foi informar e debater sobre o Crédito de Carbono.

Contextualizando a Crise Climática e explicando como esses projetos atuam nos territórios, seus impactos e danos para as aldeias e comunidades da região do Tapajós.

Durante a oficina, foi realizada uma dinâmica onde os participantes compartilharam suas impressões sobre a pergunta: “O que é clima pra você?”.

Diversas palavras e conceitos foram mencionados, como comportamento, sensação, mudança de período, fenômeno físico ou natural, e condição constante da atmosfera.

Os participantes analisaram como a mudança no clima interfere em suas vidas diárias e relembraram como suas aldeias eram no passado.

Impactos das Mudanças Climáticas e Crédito de Carbono

Os participantes discutiram as transformações na natureza e em suas vidas devido às mudanças climáticas, como a escassez de peixes e a falta de árvores.

O evento também trouxe explicações detalhadas sobre o Crédito de Carbono.

Foi discutido como esse mecanismo propõe disponibilizar recursos às comunidades para que mantenham a floresta em pé.

Permitindo que grandes emissoras de CO2 continuem suas atividades, muitas vezes de maneira irresponsável.

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Esclarecimentos e Exemplos

Thiago Rocha, advogado do Maparajuba, explicou como funcionam os projetos de Crédito de Carbono e como essas propostas chegam de maneira invasiva e opressora às comunidades. \

Ele destacou que muitas comunidades já têm contratos de crédito de carbono, mas os benefícios prometidos não se materializaram.

As empresas têm cobrado, em média, 30% do valor arrecadado com esses projetos, deixando as comunidades com a responsabilidade de pagar todos os custos restantes.

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Propostas e Manifesto para a COP30

Os participantes entenderam que o Crédito de Carbono não beneficia as comunidades e discutiram formas de enfrentar a Crise Climática nos territórios.

Cada aldeia desenvolveu propostas para atuar em soluções comunitárias e incidir na COP30.

Uma das principais ideias foi elaborar um manifesto para a COP30, reforçando as posições dos territórios sobre os impactos no Tapajós e protegendo-os contra projetos de destruição disfarçados de “Crédito de Carbono“.

O evento encerrou com uma mística e ritual circular de força e resistência dos povos contra esses projetos.

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Importância da criação de um mercado responsável: Projeto Mejuruá

A polemica por trás do mercado de carbono pode estar associada a criação de diversos projetos que não trouxeram benefícios para a sociedade.

Contudo, diversos projetos propõe a criação de uma economia mais resiliente. Seja no campo social, quanto ambiental.

Um exemplo é o projeto Mejuruá, que protege uma grande área na Amazônia.

O projeto liderado pelo empresário Gaetano Buglisi, não exclui a comunidade e propõe a interação de todos com o projeto. Isso permite que tanto a região, quanto a empresa BR ARBO, se desenvolvam economicamente.

Por Ana Carolina Ávila