A África está em um momento decisivo para transformar seu imenso potencial climático em poder econômico real.

Apesar de contribuir com apenas 3,9% das emissões globais o continente sofre intensamente os efeitos das mudanças climáticas, como secas, inundações e perda de safras.
Com mais de 100 projetos de carbono já em operação, a África abriga uma das maiores reservas naturais para soluções climáticas baseadas na natureza, mas captura apenas 16% do mercado global de créditos de carbono.
O mercado de carbono representa mais do que uma solução ambiental: trata-se de uma oportunidade estratégica de desenvolvimento sustentável.
Se calcula que com a devida estrutura e integridade, o continente possa mobilizar até US$ 6 bilhões por ano em financiamento climático até 2030, além de gerar cerca de 30 milhões de empregos.
Os créditos de carbono africanos contribuem diretamente para pelo menos 10 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ligando ação climática a segurança alimentar, energia limpa e redução da pobreza.
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Diante desse cenário, iniciativas como a da Iniciativa de Mercados de Carbono da África tem assegurado compromissos de compra e investimento em créditos africanos.
O exemplo do Quênia, que criou um registro nacional de carbono e mecanismos obrigatórios de benefícios comunitários, mostra como o desenvolvimento regulatório pode garantir que o financiamento climático gere impacto local real.
Outros países como Gana, Moçambique e Senegal também avançaram com regulamentações próprias
A AUDA-NEPAD, agência de desenvolvimento da União Africana, lidera a coordenação continental do mercado de carbono.
A organização está criando o Padrão Ouro Africano, que dará autonomia ao continente sobre os processos de certificação e validação de créditos.
Esse novo padrão incluirá critérios que vão além do clima, como redução da pobreza, criação de empregos e inclusão social, assegurando que os mercados beneficiem diretamente as comunidades locais.
Com o lançamento do Padrão Ouro previsto para a Cúpula do Clima da África, em setembro de 2025 a África pretende se posicionar não mais como vítima das mudanças climáticas, mas como provedora de soluções climáticas globais.
A Cúpula será uma vitrine para apresentar projetos financiáveis, compromissos de investimento e a capacidade do continente de se tornar líder em um mercado de carbono mais justo e equilibrado.
Com marcos regulatórios mais robustos e maior capacidade institucional, a África está preparada para ampliar sua participação de forma coordenada e eficaz.
E isso exige muito mais comprometimento político, recursos financeiros sustentáveis e parcerias estratégicas globais. A meta de mobilizar US$ 6 bilhões e gerar 30 milhões de empregos até 2030 oferece uma referência clara de progresso.
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Projeto Mejuruá: Meio Ambiente

O Projeto Mejuruá é financiado pelo empresário Gaetano Buglisi e tem como missão unir a preservação ambiental ao fortalecimento das comunidades locais.
Essa iniciativa apoia atividades sustentáveis que geram renda e conservam a floresta, oferecendo um modelo de desenvolvimento alinhado com o meio ambiente. O projeto representa um futuro mais verde e equilibrado.