Na terça-feira, 19 de março, o Ministro do Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Transição Ecológica da Costa do marfim, Jacques Assahore Konan, elogiou o workshop da Agência de Comercio e Desenvolvimento dos EUA e do Banco Africano de Desenvolvimento.

O principal objetivo desse workshop foi discutir como novos modelos de investimento podem ajudar o crescimento verde na África.

“Este workshop oferece uma enorme oportunidade para explorar modelos de investimento… e uma importante colaboração entre as partes interessadas públicas e privadas. Ao investir em tecnologias limpas, as empresas podem reduzir as suas pegadas ecológicas.

Tendo em conta os desafios envolvidos, a Costa do Marfim pretende desempenhar o seu papel e está empenhada em implementar as recomendações deste workshop”, declarou Konan.

O ministro também afirmou que até 2030 o país busca reduzir as emissões de gases efeito estufa em 30,41%. O país africano passou a adotar NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) aplicando investimentos maciços para estimular o crescimento.

O workshop foi realizado na capital Abidjan e contou com a presença de diversas agencias governamentais dos EUA, instituições financeiras, bolsas de valores, especialistas e importantes financiadores globais.

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A Diretora da Agência de Comércio e Desenvolvimento dos EUA (USTDA), Enoh T. Ebong, falou sobre a necessidade de soluções de financiamento criativas para resolver a enorme lacuna de financiamento para o financiamento verde.

Segundo a diretor, a USTDA, oferece ferramentas que podem atrair investidores e citou o exemplo do fundo de crédito de infraestrutura nigeriano InfraCredit, que ajudou o financiamento de dívidas na África Ocidental.

Ela elogiou a iniciativa da Aliança para Infraestruturas verdes (AGIA), estabelecida pelo Banco Africano de desenvolvimento, pela comissão da União Africana e pela Africa50, pela visão de transacionar o continente a Net-Zero.

A AGIA tem como meta angariar 500 milhões de dólares em capital misto para preparação e desenvolvimento de projetos iniciais, visando catalisar até 10 bilhões de dólares em oportunidades de infraestruturas verdes para investimentos privados.

A USTDA está financiando uma consultoria para trabalhar em conjunto com a AGIA na definição de projetos verdes, buscando estreitar o vínculo entre a preparação e a implementação dos projetos.

O Vice-Presidente Sênior do Banco Africano de Desenvolvimento, Swazi Tshabalala, destacou a importância do workshop como uma manifestação tangível do compromisso do Banco em promover soluções inovadoras para o crescimento verde e diversificar fontes de financiamento.  Incluindo recursos governamentais e poupanças institucionais nacionais e internacionais.

Durante as sessões do dia, foram abordados temas cruciais, como o estabelecimento de parcerias, a mobilização de financiamento para o clima e o crescimento verde, obrigações verdes e questões relacionadas à dívida sustentável, além da criação de ambientes favoráveis para o financiamento de projetos verdes e sustentáveis.

A USTDA demonstrou um forte interesse no desenvolvimento de infraestruturas na África.

Em novembro de 2021, a USTDA e o Fórum de Investimento da África, uma plataforma crucial para promover investimentos do setor privado em todo o continente, assinaram um memorando de entendimento (MoU) com o objetivo de apoiar soluções de infraestruturas de alta qualidade para a África Subsaariana.

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Esta colaboração já resultou em iniciativas mutuamente benéficas para promover projetos de infraestrutura sustentável que impulsionam o crescimento a longo prazo da África.

O workshop sobre o financiamento verde EUA/África ocorreu até o dia 20 de março.

Crescimento verde no Brasil

Assim como na África, o crescimento verde no Brasil está despertando o interesse de diversos investidores.

Isso faz que o movimento de capital vá em direção às finanças verdes. 

Nesse sentindo, a demanda por projetos que produzam de forma sustentável está alta, o que é extremamente positivo para a transição brasileira à economia verde.

Por Ana Carolina Ávila