No Reino Unido, o Centro de Ecologia e Hidrologia (UKCEH), defendem a implementação de créditos de carbono como forma de restaurar pântanos salgados. O relatório foi apresentado semana passada e seria testado até 2025.
Pântanos salgados ou sapal são pântanos formados pela água do mar. Esse ecossistema úmido apresenta plantas herbáceas e gramíneas.
É o hábitat de diversos animais como garças. Ele representa um papel preponderante no equilíbrio do ciclo de matéria orgânica numa perspectiva de produtores primários.
Estima-se que até 2024, o Reino Unido já perdeu 85% de seus pântanos salgados a atividade antropológica. Isso resultou não só na perda dos pântanos, mas nas emissões de grandes quantidades de gases efeito estufa.
A UKCEH propõe que a iniciativa privada invista na restauração de sapais para compensar suas emissões.
Para isso ocorrer, deveria ser estabelecido um código de carbono de saltmarsh, seria semelhante aos códigos já existentes na região para turfeiras e florestas. Assim, seria possível controlar a emissão de créditos de carbono.
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Essa prática incentivaria o investimento privado ao mesmo tempo que preservasse o meio ambiente. Hoje, o Reino Unido utiliza hábitats compensatórios como forma de amenizar os danos causados pelas perdas dos pântanos.
Nos dias de hoje, apenas 45.000 hectares de sapais ainda estão preservados. Esse tipo de pântano contribui fortemente para a captura de carbono o que contribui no controle de crises climáticas.
Nesse relatório de viabilidade, estiveram presentes: Wildfowl & Wetlands Trust (WWT), a Royal Society for the Protection of Birds (RSPB), a Universidade de St Andrews, a Universidade de Bangor, o Scotland’s Rural College (SRUC), o Comité Nacional da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), Finance Earth e Jacobs.
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Créditos de carbono contribui para a preservação da biodiversidade
O estudo indica que a viabilidade de créditos de carbono para os pântanos é grande. O que indica que a iniciativa privada poderia não só lucrar, como ajudar a preservar a biodiversidade do Reino Unido.
Créditos de carbono demonstram ser uma iniciativa crescente no mundo inteiro.
No Brasil, a BR ABRO poderá ajudar a preservar a Amazônia utilizando a mesma prática proposta pela UKCEH.
Por Ana Carolina Ávila