A recente decisão da Science Based Targets initiative (SBTi) de permitir o uso de compensações de carbono para que corporações atinjam suas metas climáticas gerou críticas.

Ativistas e especialistas argumentam que isso promove o “greenwashing”, permitindo que empresas se apresentem como sustentáveis sem realizar mudanças substanciais.

Estudos, como o da Oxfam, revelam que não há terra suficiente para suportar a quantidade necessária de compensações para alcançar emissões líquidas zero.

Os mercados de carbono, promovidos como soluções para financiamento climático, beneficiam principalmente corporações.

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Impactos na Credibilidade da SBTi

Desde sua criação, a SBTi era considerada robusta e confiável, exigindo reduções de emissões de pelo menos 90% até 2050.

A nova posição que permite compensações para emissões difíceis de reduzir compromete esse princípio fundamental.

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Projetos de compensação de carbono, especialmente em países do Sul Global, têm sido criticados por violações de direitos humanos e falta de benefícios reais para as comunidades locais.

Exemplos incluem resistência comunitária na Libéria e relatos de abusos no Quênia, levando à suspensão temporária de projetos.

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Projeto Mejuruá: Uma Abordagem Sustentável

O projeto Mejuruá, na Amazônia brasileira, é uma alternativa sustentável aos mercados de carbono tradicionais.

Por meio do projeto, a BR ARBO foca na preservação florestal e no desenvolvimento comunitário.

O projeto gera créditos de carbono a partir da conservação da floresta e do uso sustentável dos recursos naturais.

Diferente das soluções paliativas, o Mejuruá busca impactos reais e duradouros, alinhando-se com princípios de justiça climática e benefícios tangíveis para as comunidades locais.

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Por Ana Carolina Ávila