Entre agosto de 2023 e julho de 2024, a Amazônia apresentou a menor taxa de alertas de desmatamento desde 2016, conforme os dados do DETER (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A redução foi de 45,7%, com a área desmatada caindo de 7.952 km² para 4.314,76 km².

Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), destacou que esta é a menor taxa registrada na série histórica iniciada em 2016, o que representa um avanço significativo na luta contra o desmatamento.

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Aumento dos Alertas em Julho

Apesar da tendência geral de queda, os alertas de desmatamento em julho de 2024 mostraram um aumento de 33%, com 666 km² registrados em comparação com 500 km² no mesmo mês de 2023.

Ane Alencar expressou preocupação com esse aumento, indicando que julho revelou um avanço em áreas com menor fiscalização.

No Cerrado, houve um aumento de 9% no desmatamento, mas desde janeiro de 2024, a região mostrou uma tendência de redução mês a mês.

O PPCerrado (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado), iniciado em novembro de 2023, está projetado para reduzir o desmatamento. Estados como a Bahia tiveram uma redução significativa de 52,4%, enquanto Tocantins apresentou um aumento de 58,6%, embora a tendência tenha mudado a partir de maio de 2024.

Além disso, o Inpe anunciou o início das operações do DETER Pantanal no início de 2023, embora ainda não haja dados comparativos disponíveis. As novas ferramentas e dados continuarão a fornecer informações cruciais para o monitoramento e controle do desmatamento em todo o Brasil.

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Impacto do Projeto Mejurá na Amazônia

A BR ARBO, especializada na gestão e comercialização de créditos de carbono, está atenta a essas novas informações sobre o desmatamento.

O projeto Mejuruá, que visa a recuperação e manejo sustentável de áreas degradadas na Amazônia, pode desempenhar um papel vital na mitigação dos impactos negativos do desmatamento.

A integração dos dados do DETER com iniciativas como o Mejura é crucial para desenvolver estratégias eficazes de conservação e promover práticas sustentáveis que ajudem a combater a degradação ambiental e restaurar a vegetação nativa.

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Por Ana Carolina Ávila