Desafios de implementar práticas sustentáveis no agronegócio, um dos pilares da economia, para garantir a preservação ambiental.

Apesar do agronegócio ser um setor pilar da economia brasileira, responsável grande parte das exportações e da produção alimentícia, o alto impacto ambiental da expansão dessa atividade, como emissões exasperadas de carbono, vem gerando preocupações em relação à construção de um futuro verde na nação.

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Sendo assim, uma análise realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) aponta que o Brasil vem adotando práticas sustentáveis que não apenas atendem aos parâmetros das metas climáticas, mas também contribuem significativamente para a preservação ambiental.

O mapeamento realizado pela EMBRAPA Territorial em 2021, em conjunto com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), abrange cerca de 5,95 milhões de imóveis rurais, representando aproximadamente 227,41 milhões de hectares, ou 26,7% do território nacional, o que confirma que a preservação ambiental nas propriedades rurais brasileiras segue um padrão elevado de sustentabilidade.

Contexto do Centro-Oeste

A região Centro-Oeste, maior produtora de grãos do Brasil e a segunda maior em extensão territorial, se destaca por manter o maior percentual de áreas preservadas em relação à sua superfície total.

Assim, o país reafirma a sustentabilidade do agronegócio com implementação de práticas de preservação incorporadas ao modelo de produção, sem afetar a rentabilidade financeira dos produtores.

Como exemplo, pode-se citar o estado de Mato Grosso, maior produtor de grãos e gado bovino do Brasil. A região preserva aproximadamente 52,4% da área total de suas propriedades privadas, um reflexo do compromisso de seus produtores com o meio ambiente.

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Redução do Desmatamento

Outro ponto abordado pela análise da EMBRAPA Territorial é a redução do desmatamento nas regiões brasileiras.

Mato Grosso, por exemplo, diminuiu em 63% o desmatamento em seu território de 2008 a 2024, passando de 3.422 km² para 1.271 km² (parcial).

Ademais, a Amazônia Legal reduziu seu desmatamento em cerca de 56%, evidenciando o esforço na diminuição dos impactos ambientais causados pelo setor agrícola.

Com isso, a nação tem demonstrado um equilíbrio entre o crescimento da produção agropecuária e a preservação ambiental, com o apoio de mecanismos legais robustos, como o Código Florestal.

Unidades de Conservação e Terras Indígenas

Além das áreas preservadas nas propriedades rurais, o Brasil conta com outras formas de conservação ambiental, como as Unidades de Conservação (UCs), que ocupam cerca de 9,4% do território, e as Terras Indígenas (TIs), representando 13,8%.

Quando somadas às áreas preservadas dentro das propriedades rurais, o país preserva aproximadamente 43,3% de seu território, um valor superior às áreas de conservação das UCs e TIs. Em comparação com a União Europeia, as áreas preservadas nas propriedades rurais do Brasil equivalem a cerca de 67% de seu território.

Conclusão

Os dados apresentados pelo estudo da EMBRAPA Territorial reforçam o papel do agronegócio brasileiro na preservação ambiental, colocando o Brasil como protagonista global em conservação ambiental em setores rentáveis, como a agropecuária, já que avança na produção sem prejudicar o meio ambiente.

Este equilíbrio é fundamental para garantir a sustentabilidade das atividades agrícolas e a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras.

Relação com o Projeto Mejuruá

Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental, a fim de garantir a rentabilidade econômica.

Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.

Ana Carolina Turessi