O Conselho Municipal de Logan que fica em Queensland vai deixar de ser o único conselho certificado como neutro em carbono do estado.

A decisão de sair do programa federal Climate Active foi motivada por dificuldades financeiras e dúvidas sobre a transparência do uso dos recursos pagos. O aumento nesses custos de prestação de serviços e os impactos de desastres naturais tornaram inviável manter o investimento necessário para a certificação.
Segundo o prefeito Jon Raven o conselho economizaria cerca de US$ 1,5 milhão por ano ao deixar de comprar créditos de carbono no exterior.
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“Para esse último pouquinho, compramos créditos de carbono no exterior. Mas ninguém foi capaz de confirmar para onde vai esse dinheiro ou nos mostrar qualquer evidência concreta de que ele está realmente sendo gasto para melhorar o meio ambiente.”
O prefeito também questionou a efetividade dessa certificação.
“Não acredito que fôssemos neutros em carbono quando apenas enviávamos dinheiro para projetos no exterior cuja existência ninguém conseguia confirmar. Fomos certificados com um pedaço de papel. Era um exercício de cumprimento de uma caixa de fita verde.”
Além das preocupações locais os especialistas têm questionado a integridade de muitos créditos de carbono tanto nacionais quanto internacionais. O professor Andrew Macintosh da Universidade Nacional Australiana, afirmou na conversa.
“As pessoas ganharam créditos de carbono por fazer mudanças ou reduções nas emissões que teriam ocorrido de qualquer maneira. O Conselho de Logan certamente estava tentando fazer a coisa certa, mas provavelmente não consegue diferenciar créditos bons de ruins.”
Outro especialista o professor David Karoly reforçou a necessidade de outras ações:
“O que é necessário são emissões zero reais, não emissões zero compensadas, porque a qualidade da compensação é incerta.”Ele destacou que o ideal é reduzir emissões diretamente, por meio de energia solar, frotas elétricas e reflorestamento.
Diante disso, Logan pretende investir os recursos economizados em projetos locais, como revegetação de áreas degradadas e proteção de habitats nativos. O prefeito explicou:
“Isso significa que não seremos certificados como neutros em carbono, mas podemos dizer que o dinheiro dos contribuintes está sendo investido em nossa cidade em benefício do meio ambiente.”
Enquanto isso o governo federal afirma estar reavaliando o programa Climate Active e prometeu reformas para garantir mais transparência e integridade no sistema.
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Projeto Mejuruá: Sustentabilidade

O Projeto Mejuruá foi criado para proteger a floresta amazônica e mostrar o valor da natureza preservada. Pois quando evitamos o desmatamento ele contribui para manter o carbono armazenado nas árvores ajudando a combater o aquecimento global.
Essa venda de créditos de carbono torna essa conservação uma estratégia concreta de enfrentamento a crise climática. A iniciativa mostra que é possível juntar proteção ambiental e desenvolvimento sustentável promovendo um futuro mais verde e equilibrado.