Recentemente, o anúncio da Mondelēz International sobre seus objetivos ambientais incluiu a eliminação do desmatamento em suas principais cadeias de suprimentos até 2025 e a validação de suas metas de redução de emissões.  

Essas mudanças devem ocorrer até 2030 por meio da iniciativa Science Based Targets (SBTi).

Mondelēz International, Inc, é um conglomerado multinacional estadunidense de alimentos. A empresa fica sediada em Deerfield, Illinois, e fabrica chocolates, biscoitos, chiclete, confeitos e bebidas.

Essas metas estão alinhadas com padrões globais reconhecidos, como o Escopo 1, 2 e 3, que tratam de várias fontes de emissões de carbono, desde emissões diretas controladas pela empresa até emissões indiretas.

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As emissões estão classificadas de acordo com o GHG Protocol (Greenhouse Gas Control) em escopos 1, 2 e 3. De acordo com o protocolo, os escopos 1 e 2 são obrigatórios para as empresas que aderem à medição e o terceiro é voluntário.

Os escopos são diferenciados pela forma que é feita a emissão:

  1. Escopo 1: as emissões liberadas para a atmosfera como resultado direto das operações da própria empresa
  2. Escopos 2: as emissões indiretas, provenientes da energia elétrica adquirida para uso da própria empresa.
  3. Escopo 3: as emissões indiretas não incluídas no escopo 2 que ocorrem na cadeia de valor da empresa

Em conformidade com o Acordo de Paris, a Mondelēz se comprometeu a atingir metas de emissões líquidas zero até 2050. Além disso, a empresa estabeleceu um objetivo de redução da poluição em 45% até 2030.

Ao mesmo tempo em que a empresa comemora seus avanços, ela pensa permitir o uso de créditos de carbono para compensar as emissões do Escopo 3, que são as emissões que ocorrem indiretamente na cadeia de suprimentos.

No entanto, esse posicionamento é questionado por vários agentes.

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O movimento foi criticado por grupos como o Carbon Market Watch e o Greenpeace.

Eles argumentam que a compra de créditos de carbono não equivale a reduzir efetivamente as emissões do Escopo 3 e pode prejudicar significativamente os esforços para combater as mudanças climáticas.

Essas preocupações mostram quão crucial é abordar diretamente as emissões em toda a cadeia de suprimentos, em vez de depender apenas de compensações de carbono.

Metas ambientais devem focar em compensação de carbono

A compensação de carbono é uma estratégia crucial na luta contra as mudanças climáticas, permitindo que empresas e indivíduos neutralizem suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) investindo em projetos que reduzem ou removem CO2 da atmosfera.

Projetos como o Mejuruá da BR ARBO Gestão Florestal, exemplificam o potencial positivo da compensação de carbono, demonstrando como a preservação ambiental pode ser aliada ao desenvolvimento socioeconômico.

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Por Ana Carolina Ávila