Recentemente, a fruticultura no Vale do São Francisco, particularmente a produção de manga, está se preparando para se inserir no mercado de créditos de carbono.
Durante a Expo Manga, realizada em Petrolina nos dias 25 e 26 de julho de 2024, produtores e fornecedores discutiram como a cultura de manga pode contribuir para a sustentabilidade e gerar créditos de carbono.
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Potencial da Fotossíntese na Redução de Carbono
A fotossíntese das mangueiras desempenha um papel crucial na captura de carbono da atmosfera.
Embora o Brasil seja responsável por cerca de 5% do estoque global de carbono e a agricultura contribua com 27% das emissões de carbono do país, a fruticultura tem um potencial significativo para neutralizar essas emissões.
As árvores de manga ajudam a capturar carbono, reduzindo o impacto ambiental da produção. Utilizando equipamentos e práticas mais eficientes, a cultura pode até alcançar um saldo de carbono negativo, onde a quantidade de carbono capturada é maior do que a emitida.
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Créditos de Carbono e Valor Econômico
O conceito de carbono negativo permite que produtores vendam créditos de carbono no mercado.
Grandes empresas que poluem podem comprar esses créditos para compensar suas emissões. Em alguns mercados, o preço pode chegar a 137 dólares por tonelada de carbono captada.
Estudos na Índia mostraram que cada hectare de manga pode gerar aproximadamente 2,86 toneladas de créditos de carbono.
Para entrar nesse mercado, os produtores devem seguir alguns passos essenciais. Primeiro, é necessário realizar um inventário de emissão de carbono na cultura, detalhando todos os processos de produção e suas emissões.
Em seguida, deve-se criar um plano de descarbonização, considerando a gestão da propriedade e a produção. Por fim, é preciso mapear os estoques de carbono no solo para verificar se a produção é carbono negativa ou determinar o quanto precisa ser reduzido para alcançar esse status.
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Conexão de créditos de carbono com o Projeto Mejurá
Essa evolução na fruticultura do Vale do São Francisco está alinhada com o objetivo do projeto Mejurá de promover práticas sustentáveis e compensação de carbono.
O projeto da BR ARBO, com foco na restauração de ecossistemas e desenvolvimento de projetos de compensação, pode se beneficiar dos avanços na fruticultura sustentável.
A integração dessas iniciativas contribui para o fortalecimento de estratégias de mitigação de emissões e para o avanço de uma economia de baixo carbono.
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Por Ana Carolina Ávila