Após analisarem imagens de satélites, o estudo publicado pela revista Global Change Biology demonstrou um aumento de 152% em incêndios nas áreas de florestas maduras na Amazônia, em comparação com 2023. Em contrapartida, com os números de desmatamento apresentou queda de 22%. Nas imagens, identificaram um aumento notável nos focos de incêndios em áreas florestais, passando de 13.477 para 34.012 nesse ano.

                As principais hipóteses para essa problemática são as secas cada vez mais frequentes na Amazônia e a estiagem. Esses eventos climáticos prolongados, como os registrados em 2010 e 2015-2016, tornam a floresta mais suscetível ao fogo e provocam a fragmentação da vegetação.

                O Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), relatou que os focos de queimadas no primeiro trimestre de 2024 foi o maior em oito anos.

                Os impactos desses incêndios são preocupantes não apenas pela perda de vegetação e pelo desmatamento subsequente, mas também pela emissão de carbono armazenado. Em outubro do ano passado, Manaus foi classificada como cidade com a pior qualidade de ar no mundo, devido a fumaça resultante desses incêndios.

                Em outras regiões, por exemplo o Pará, registram outras problemáticas resultantes dos incêndios. No estado a contagem de focos de calor em florestas maduras em 2023 foi de 13.804 – contra 4.217 em 2022.

                Esse ano, a situação continua alarmante, especialmente em Roraima, onde mais da metade dos registros de incêndios na Amazônia foram concentrados. Em março, 14 dos seus 15 municípios decretaram emergência por causa do fogo. Esses incêndios têm impactado severamente as comunidades locais, incluindo populações indígenas, deixando-as sem acesso a alimentos e expostas a doenças respiratórias.

                De acordo com o Ibama/Prevfogo, a autarquia tem atuado em conjunto com outras instituições desde novembro do ano passado para prevenir e combater os incêndios, especialmente em Roraima. No entanto, as mudanças climáticas e o fenômeno El Niño têm sido apontados como fatores críticos para o aumento desses incêndios

Resistência em meio ao fogo na Amazônia

                A capacidade da floresta em enfrentar essa situação, está sendo testada sem interrupção.  Em fevereiro, as emissões por queimadas no Brasil já bateram recorde, atingindo o mais alto índice em 20 anos.

                O microclima úmido criado pela floresta baixo do dossel das árvores para conter e reciclar a umidade dentro do ecossistema está comprometido. Os agricultores que dependem de suas produções como forma de renda, estão sendo prejudicados.

                Para que seja possível contornar os problemas causados pelos incêndios, é necessário que aumente o número de fiscalização na área e a expansão de brigadas de incêndio. Agora, mais do que nunca é preciso a atenção de todos para a Amazônia, a floresta requer uma ação decisiva para mitigar os incêndios e proteger esse ecossistema essencial.

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