Uma análise recente por satélite revelou que algumas créditos de carbono florestal vendidas pela Finite Carbon, oferecem pouco ou nenhum benefício ao clima.
A Finite Carbon foi criada em 2009 e adquirida pela BP em 2020. Ela é maior empresa de compensação dos EUA,
Finite Carbon é responsável por mais de um quarto do total de créditos de carbono dos EUA.
A empresa afirma gerar ao proteger mais de 60 projetos em 1,6 milhão de hectares.
Especialistas analisaram três projetos que representam quase metade dos créditos totais da Finite Carbon. Eles descobriram que cerca de 79% dos créditos analisados não deveriam ter sido emitidos.
Um dos projetos analisados, localizado no Panhandle do Alasca, envolvia árvores que, segundo a análise, provavelmente nunca correriam o risco de serem cortadas devido à geografia do terreno e ao histórico de desmatamento da área.
Elias Ayrey, cientista-chefe da Renoster, afirmou que o projeto não deveria ter sido permitido a prosseguir e ganhar créditos.
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Problemas no mercado de créditos de carbono
A análise surge em um momento de crescente preocupação com a indústria global de compensação de carbono, prevista para valer US$ 1,5 trilhão até 2050.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, destacou a necessidade de fortalecer o mercado de carbono para abordar desafios significativos existentes.
A Finite Carbon defendeu suas compensações, afirmando que todos os seus projetos foram verificados de forma independente.
E desenvolvidos de acordo com os padrões e protocolos aplicáveis do programa de limite e comércio da Califórnia.
No entanto, críticos argumentam que o sistema de compensação falho da Califórnia permite que empresas poluam impunemente.
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Potencial para Manipulação do Sistema
Os críticos dizem que a metodologia usada para justificar as compensações é falha.
Por exemplo, o projeto Sealaska da Finite no Alasca diz proteger 67.000 hectares de floresta, mas a Renoster descobriu que as árvores na área correm pouco ou nenhum risco de serem cortadas.
Ayrey argumentou que a manipulação dos limites do projeto foi um ato intencional projetado para evitar regras de protocolo.
Outro projeto analisado, em West Virginia, foi considerado “supercreditado”, significando que recebeu mais créditos do que deveria.
Um terceiro projeto, de propriedade das Tribos Confederadas da Reserva Colville no estado de Washington, também apresentou problemas.
Com cálculos de compensação que imaginavam um risco de desmatamento muito maior do que o realmente planejado pelas tribos.
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Expansão e Setbacks
A expansão dos projetos da Finite encontrou contratempos.
A tribo Hoopa Valley, por exemplo, recusou uma proposta da Finite que prometia gerar créditos de carbono em troca de continuar a administrar suas terras ancestrais como sempre fizeram.
A tribo ficou desconfiada após sugestões de que reescrevessem seu plano de manejo florestal para permitir teoricamente uma colheita maior, a fim de obter créditos de carbono.
Thomas Joseph, membro da tribo e educador ambiental, afirmou que os Hoopa agora têm “um forte muro contra os corretores de carbono”. Destacando que para proteger suas terras é necessária uma redução real de emissões.
A situação revela a complexidade e os desafios da indústria de compensação de carbono.
Levantando questões sobre a eficácia dos créditos em realmente mitigar o aquecimento global e proteger o meio ambiente.
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Créditos de carbonos Mejuruá
Apesar da crise no mercado de carbono, existem diversos projetos que representam captura ou sequestro reais de carbono.
Por exemplo, o Projeto Mejuruá da BR ARBO, localizado na Amazônia, o projeto conserva um grande região na floresta.
Impedindo o desmatamento ou práticas que prejudiquem aquele ecossistema.
Dessa forma, ao preservar essa reserva, milhares de toneladas de carbono são capturadas.
Por Ana Carolina Ávila