A Comissão Europeia vai permitir que os países da União Europeia compensem carbono internacionais a partir de 2036 para alcançar parte da meta climática de 2040.

Próxima meta climática da UE permitirá compensações de carbono a partir de 2036

Segundo um rascunho obtido pelo POLITICO, esses créditos poderão representar até 3% da meta de redução das emissões, que será de 90% abaixo dos níveis de 1990. A proposta deve ser apresentada oficialmente nesta quarta-feira, após meses de atraso.

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Esses créditos de carbono permitirão que os países financiem projetos de redução de emissões em nações mais pobres e contabilizem os resultados para suas próprias metas, sem que esses cortes sejam atribuídos aos países onde os projetos acontecem.

Essa medida só começaria a valer na segunda metade da próxima década e ainda dependerá da criação de regras específicas pela UE, com critérios rigorosos de qualidade e integridade.

Apesar da abertura para os créditos internacionais, o rascunho exclui a possibilidade de que eles sejam usados no mercado de carbono europeu.

Isso foi uma preocupação levantada por especialistas, que temiam que a inclusão desses créditos pudesse derrubar o preço do CO2 e reduzir o incentivo para as empresas diminuírem suas emissões.

A proposta da Comissão inclui ainda outros 17 elementos para tornar a meta mais palatável aos governos que resistem à sua aprovação.

Entre eles estão a promessa de maior flexibilidade entre setores e a possibilidade de incluir remoções permanentes de carbono, como tecnologias de captura direta de CO2 do ar que ainda não estão disponíveis em larga escala.

Mesmo com isso vários países, como França, Polônia e Hungria tem pressionado por adiamentos. A Comissão no entanto, defende que a meta de 90% é a melhor opção para garantir uma transição justa, manter a competitividade da UE e cumprir os compromissos firmados no Acordo de Paris.

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Proejto Mejuruá: Créditos de Carbono

O Projeto Mejuruá fica no Amazonas e gera créditos de carbono ao conservar a floresta e evitar o desmatamento. Com atividades sustentáveis o carbono fica retido na natureza. Esses créditos podem ser vendidos, trazendo renda para as comunidades locais e ajudando no combate as mudanças climáticas.